A Religião e a Mulher
Cruz e capela de santa Barbara |
|
|
|
Vista parcial de Stª Eugénia
Eu e o interior da Igreja matriz
Simbolo do conhecimento |
A Religião, porque filha da Civilização, é não só uma edificação do homem - não é a Lei da sorte e do azar, ou melhor, a Lei
do Acaso, que na nossa Cultura, existe um Deus (Macho) e não uma Deusa (Fêmea) - como algo de diferente, de distinto - sem
merecer distinção alguma - daquela outra "Religião" que existiu no tempo da civilização «Matriarca».
Após a mudança dessa Civilização, dessa Cultura, para a actual, a saber, a «Patriarca», o ser dominante desta
- o homem - , não mais se escusou a esforços no intuito - largamente conseguido - de arredar a Mulher do protagonismo e estrutura
principal do Culto.
Julgo poder afirmar, sem receio de que esteja a cometer falso perjúrio e ou uma qualquer forma ou maneira
de inverdade,
que "Paganismo", era numa boa parte das situações, bem mais tolerante com a mulher, do que o tem sido - e
julgo ter continuidade - o Cristianismo, para não falar do Islamismo e do Judaísmo!!!
Recorde-se a «Deusa» Deméter e as Sacerdotisas... |
|
Mapa de Santa Eugénia
Interior da Igreja Matriz |
Não deixa de também ser óbvio, que os «Deuses» têm sido bem mais lentos a conceder à Mulher as conquistas, os direitos, as
regalias, a afirmação pessoal, adquiridos - embora com muito esforço - nos planos Económico, Politico e Social.
Contudo, o que mais me «Espanta e Choca» - a mim e ao mais sou homem - é o facto do atrito,
resistência, colocação de obstáculo após obstáculo, Pratica continuada, aconselhada, ditada como lei em muitos casos,
por parte da hierarquia Católica, materializada e conseguida através dos seus «dignos» representantes, à Emancipação, para
além de ainda não ter fim à vista, tem vindo a endurecer - ao mesmo tempo que também a luta da mulher pelos seus direitos
- a cada dia e conquista acerca das pretensões do sexo forte.
Como bom exemplo do que acabo de referir, tenha-se presente o reforço que o actual Papa
- Paulo VI - tem vindo a efectivar, quanto a uma crescente aproximação, presença, afirmação e protagonismo da mulher
na igreja, dando como encerrado o tema de uma possível - e até necessária para a própria continuidade do Catolicismo ao nível
dos seu ritual e culto - ordenação alargada ao sexo feminino. |
|
|
Quanto a mim, a visão actual e futura de um Papa que já nasceu «Néscio», sempre foi «Demente» e há muito que está «Senil»,
é de tal forma exíguo que nem tão pouco consegue ver a importância que a personagem «Virgem Maria», Mãe de Cristo, vem há
muito ganhando dentro do Cristianismo e, a sua semelhança com Mulher, Esposa e Mãe!!!!
É sabido, que essa importância - da Mãe de Deus - se iniciou, melhor, apenas é conhecida
ou só apareceu, no século IV e veio preencher o vazio existente pela ausência de uma marcante divindade feminina no Cristianismo;
É mais que provável, é de probabilidade próximo de 1, que o Cristianismo foi buscar à divindade concorrente, a Deusa
Isis, as suas litanias - Procissões, súplicas - , pois, se a relação entre os «Deuses» e as mortais é esquiva ao Judaísmo,
é concebível noutras religiões, como por exemplo a Grega. |
Por conseguinte a gradual preponderância da Mãe de Deus e do Mundo - o culto Mariano -
, patente por exemplo no «milagre» de Fátima, espelha a míngua da igreja católica em criar uma personagem, onde se pudesse
evidenciar a religiosidade no feminino.
Claro está, que este crescente «Marianismo», aduz um perigo ou pelo menos grande preocupação
para a igreja católica, que é o desaparecimento «Cristocentrismo» - Jesus Cristo como figura central do próprio Cristianismo
- , bem patente na recente construção de um templo ao Santíssimo Sacramento em Fátima. Pois, o centro teológico e liturgico,
é o «Sancta Santorum», o Verbo e a Cátedra.
Analisando o que tenho vindo a expor, não é de difícil conclusão, o facto de que o Cristianismo,
após a introdução - no Sec.IV da importância da Mãe de Deus - tem dois lados, a saber
O masculino, dominante e principal e o Feminino, secundário e lateral |
No primeiro (1.º), está o Homem-Deus e o sumo, a essência, o âmago, o alento da teologia:
Criação
e Escatologia Redentora, Salvadora, messiânica.
O
Altar-Mor, é o seu espaço no Templo.
No segundo, Está a Mulher
e a Aparência Religiosa:
Virgem
Maria, Nossa Senhora, Mãe de Jesus, Santos e Santas - São José, Santo Daniel, Santa Micaela, Santa Bárbara, etc. - , objectos
de "Devoção Emotiva". |
O Seu Espaço no templo, São, Regra Geral, os "Altares Laterais".
Deus,
invisível, nos confins do universo, longínquo, sumido, encoberto, irrepresentável, absorto, alheio, desatento, perturbado
e perturbante, duvidoso e abstracto que nos quer incutir a teologia, o povo prefere a representação, o mando, governo, dominação
e a visibilidade do divino.
A teologia,
é «fidalga», «superior», «proeminente», «aristocrática» e «espiritual», «inteligente», «lógica», «finória», «racional», «manhosa
e «ardilosa»; a religião popular é «impressionante», «comovente», «emotiva», «benévola», «afectiva», «sensível» e «sentimental».
Não existe
inocência alguma, em todo o simbolismo da construção do "Templo de Fátima", em honra da Santíssima Trindade, para o qual,
a primeira pedra é propositadamente mandada vir de Itália e para além disso, é do Próprio Túmulo de «São Pedro" !!! |
É que há que abrandar, debilitar, diminuir, atenuar, abater a carga, o ónus, o incomodo, o embaraço, o fardo, a responsabilidade,
o peso alto, demasiado, descomedido, subido, excessivo do culto por Maria!!!, pois, faz esquecer o fundamental, o essencial,
o básico, o capital, o importante, o primário - O Cristocentrismo.
Autor
José Nogueira dos Reis | | 12/001/2002
"JOSÉ NOGUEIRA DOS REIS" |
|
"CAPELA DE SANTA BÁRBARA" |
|